Mais de 100 dirigentes sindicais da UGT-PARANÁ participaram da reunião virtual da UGT-PARANÁ, realizada no último dia 13 de maio. Na pauta do encontro, a PEC 32, que trata da reforma administrativa e as MPs 1045 e 1046, que tratam da suspensão do contrato de trabalho, com a redução de jornada e salários, abordadas pela sindicalista Rejane Soldani (presidente do Sigmuc), e pelo economista Cid Cordeiro, respectivamente. “As reuniões virtuais da UGT-PARANÁ dinamizam a tomada de decisões e exercitam os dirigentes sindicais ao uso de novas tecnologias. É um caminho sem volta!”, destaca o presidente da central, Paulo Rossi.
Na abertura do encontro, o presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, além de parabenizar a central paranaense pelas iniciativas, falou das mudanças no mercado de trabalho, causadas pela pandemia do coronavírus, da participação da central no cenário político nacional e adiantou que o governo prepara uma “nova” reforma sindical. “Temos que ter representantes sindicais no parlamento, e na condição de dirigentes sindicais, temos que apoiar candidatos comprometidos com as causas trabalhistas”, disse Patah.
Para o presidente da central, a crise sanitária causada pela Covid-19, além de escancarar uma das piores faces do capitalismo selvagem, vem obrigando diversas categorias a se “reinventarem” em seus postos de trabalho.
Falando em nome dos trabalhadores em cooperativas do Paraná, Clair Spanhol, presidente da Fetracoop, ressaltou a inação do governo federal frente à pandemia: “a incompetência do atual presidente da República levou à morte milhares de brasileiros, e a CPI da Covid-19 está deixando transparente essa face nefasta do governo Bolsonaro”.
Para o presidente da FECEP (federação que agrega os trabalhadores no comércio no Paraná), Leocides Fornazza, o Léo, “as mudanças sociais, provocadas pela pandemia, levaram muitas categorias profissionais, principalmente os comerciários, a novas posturas de mercado. O crescimento do comércio on-line vem distanciando os trabalhadores de seus sindicatos, abrindo assim possibilidades para a retirada de direitos trabalhistas”. Cerca de 40% das empresas do comércio estão se valendo da MP 1045, lembrou Léo.
Por sua vez o presidente da Fesmepar (federação dos servidores públicos municipais do Paraná), Luiz Carlos Silva de Oliveira, ressaltou a importância do movimento sindical estar unido, tanto da iniciativa privada quanto dos servidores públicos, pois caso aprovem a PEC 32, que trata da reforma administrativa e futuramente a reforma sindical, será uma pá de cal para os direitos trabalhistas. “Temos incentivado os sindicatos filiados à Fesmepar a cobrar dos vereadores e prefeitos um posicionamento contra a PEC 32, e vários deles já se manifestaram nesse sentido, principalmente cobrando os deputados federais e senadores paranaenses, e acreditamos que essa pressão, em virtude de 2022 termos eleições, poderá nos trazer resultados positivos”, disse Luiz.
O presidente da Feaconspar (federação que congrega os sindicatos do setor de serviços no Paraná), Manassés Oliveira, falou sobre o trabalho de base com ênfase na filiação de trabalhadores que a entidade vem realizando em todo o estado do Paraná e os resultados positivos que estão alcançando. Disse ainda que a Feaconspar implantou aplicativos para todos os 8 sindicatos filiados, e através deste instrumento, conseguiu dinamizar a comunicação entre sindicato e trabalhadores em tempos de home office e pandemia, inclusive com a disponibilização da telemedicina para os trabalhadores do setor de limpeza e serviços em todo o estado do Paraná.
Gladir Basso, presidente da Federação dos Bancários do Estado do Paraná – FEEB/PR, falou sobre as demissões e as perseguições que os trabalhadores do setor estão enfrentando, tanto no setor público quanto privado, apesar do aumento do lucro dos bancos em plena crise econômica, sem contrapartida aos trabalhadores. O presidente da federação pediu apoio ainda contra o projeto de Lei que tramita na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), e que trata da extinção das portas giratórias nas agências bancárias. “Se já não bastasse o lucro exorbitante dos bancos, sem o devido reconhecimento aos bancários, os patrões agora querem acabar com a segurança nos bancos, aumento a probabilidade de assaltos e possíveis mortes aos clientes e funcionários”, concluiu Gladir.
PEC 32: REFORMA ADMINISTRATIVA
A presidente do SIGMUC – Sindicato dos Servidores da Guarda Municipal de Curitiba, Rejane Soldani, fez uma explanação sobre a PEC 32 que tramita no Congresso Nacional, e que trata da reforma administrativa.
MPs 1045 e 1046: REDUÇÃO DE JORNADA E SALÁRIOS, ANTECIPAÇÃO DE FERIADOS, FÉRIAS, ETC.
O economista Cid Cordeiro, abordou as MPs 1045 e 1046, do governo federal, que na prática é uma reedição das medidas que vigoraram anteriormente e que possibilita aos empregadores fazer acordo individualmente com o empregado e sem a participação do sindicato para fins de redução de jornada de trabalho e salários, antecipar férias sem o pagamento do um terço, antecipação de feriados, suspensão temporária do recolhimento no FGTS por até quatro meses e a suspensão dos exames médicos ocupacionais e clínicos.
CONCLUSÃO: Mais uma vez o governo Bolsonaro, deixa de dialogar com o movimento sindical, reeditando medidas provisórias que irão prejudicar os trabalhadores, alegando que é para a “manutenção de empregos”. Mas o nosso questionamento é: Por que o ministro da Economia e o presidente da República mentem para a população divulgando nas mídias e redes sociais que o Brasil está gerando empregos? Chega de hipocrisia! Basta!
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Post Mario de Gomes
Fotomontagem: UGT